Notícias

Revisão farmacológica do manejo de LUTS em homens

Astellas

A Sociedade Internacional de Continência (ICS) define a bexiga hiperativa (BH) como um complexo de sintomas caracterizado por urgência urinária, geralmente acompanhada por aumento da frequência diurna e/ou noctúria, com ou sem incontinência urinária, na ausência de outra doença detectável. A BH é altamente prevalente, com um impacto relevante na qualidade de vida (QV) e nos recursos de saúde dos pacientes. O estudo de epidemiologia da incontinência (EPIC) mostrou que o BH é altamente prevalente em homens e mulheres (10,8% e 12,8%, respectivamente).

Compreender os sintomas do trato urinário inferior masculino (LUTS, do inglês Lower Urinary Tract Symptoms) é particularmente importante considerando o possível efeito concomitante de distúrbios prostáticos e disfunção da bexiga em LUTS masculino, o que também pode implicar em avaliação e estratégia terapêutica diferentes. De acordo com o artigo The prevalence of lower urinary tract symptoms (LUTS) in Brazil publicado em outubro de 2017, a prevalência de LUTS foi de 75% entre as pessoas que fizeram parte do estudo. Entre os homens que participaram da análise, 69% apresentavam sintomas compatíveis com LUTS.  Modificações no estilo de vida e terapias comportamentais são consideradas a pedra angular da estratégia de gerenciamento inicial para o tratamento da BH. O treinamento dos músculos da bexiga e do assoalho pélvico também pode melhorar os sintomas de BH.

Se tais intervenções não atingirem o controle adequado dos sintomas, a farmacoterapia geralmente é iniciada. Diretrizes internacionais recomendam antimuscarínicos (AMs) ou agonistas beta-3 arenérgicos (B3As) como as opções de medicamentos de primeira linha.

Em pacientes do sexo masculino, os AMs são recomendados isoladamente ou em combinação com bloqueadores α1 para pacientes com sintomas de armazenamento predominantes ou residuais.

Embora não haja uma definição consensual de não resposta ou falha do tratamento sob o uso de AMs, muitos pacientes se enquadram nessa categoria e necessitam de tratamento alternativo. Dados recentes do Reino Unido sugerem que, de 2.167 homens que receberam um AM, 1.149 (53,0%) descontinuaram o tratamento após um acompanhamento médio de dois anos.

Embora não haja um consenso amplamente aceito sobre a definição apropriada para falha do tratamento de AM, foi sugerido que os pacientes em AMs por um tempo adequado (8–12 semanas) com controle incompleto de seus sintomas ou que experimentam efeitos adversos (EAs) relevantes requerem um tratamento alternativo.

Portanto, o objetivo da revisão sistemática intitulada Beyond Antimuscarinics: A Review of Pharmacological and Interventional Options for Overactive Bladder Management in Men, da European Association of Urology, é avaliar o papel das diferentes opções de tratamento em pacientes do sexo masculino com BH que falharam nos AMs.

De forma geral, 24 estudos foram analisados. Em homens com bexiga hiperativa, a mirabegrona (MIRA) mostrou-se a opção farmacológica mais intensamente investigada.

Nesse contexto, a decisão sobre a opção e a sequência de tratamento apropriadas para BH masculina que não respondem aos AMs deve ser baseada em evidências, mas precisa ser discutida individualmente com base em eficácia e riscos. Essa revisão sistemática destaca que a mirabegrona é o método com a mais robusta evidência em termos de eficácia e segurança na população estudada.

Referências:

1- Soler R, Gomes CM, Averbeck MA et al. The prevalence of lower urinary tract symptoms (LUTS) in Brazil: Results from the epidemiology of LUTS (Brazil LUTS) study. Neurourol Urodyn. 2018;37(4):1356-1364.

2- De Nunzio C et al. Beyond Antimuscarinics: A Review of Pharmacological and Interventional Options for Overactive Bladder Management in Men. Eur Urol. 2021;79(4):492-504.

UROL-PROM-169 -057-4962-PM– SETEMBRO/21